A Igreja Evangélica não é nossa amiga, é declaradamente nossa inimiga, lutando como pode contra nossos direitos e nossos valores como cidadãos e seres humanos.
A negação dos valores da vida é a pregação radical da Igreja Evangélica. Seu discurso em relação aos LGBTs é um discurso de morte e opressão. Nos consideram endemoninhados, pervertidos, pedófilos.
Certa vez ouvi uma “missionária”, famosa em todo Brasil, num debate numa grande rádio evangélica do Rio de Janeiro dizendo que os homossexuais querem dominar o mundo, que nós queremos criar uma sociedade de andrógenos, e que começamos por dominar o mercado da moda, para assim acabar com a diferença entre “macho” e “fêmea” e, desta forma, dominar o mundo.
Outro famoso pastor diz abertamente em seus programas de TV que os gays assim o são, pois, foram abusados na sua infância por homens mais velhos e que, por isso, são pedófilos. Essas são uma das poucas barbaridades que somos obrigados a ouvir ou assistir em programas de televisão e rádio, que são concessões públicas e que estão sendo tomadas por esse crescente segmento da sociedade.
Os deputados evangélicos são os responsáveis pelo engavetamento ou pela paralisação de projetos que visam minimizar os efeitos da homofobia, projetos reconhecidamente importantes para a educação da população quanto aos efeitos nocivos do preconceito contra lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros.
A taxa de suicídio entre jovens gays evangélicos é sete vezes maior do que entre os que não são evangélicos.
A Igreja Evangélica não é amiga da Igreja Inclusiva, é nossa perseguidora, nossa maior inimiga. O Deus adorado lá não pode ser de forma alguma o Deus adorado aqui. O deus de lá é o que mantém a sociedade como está, desestruturando as famílias dos LGBTs, fazendo com que os pais de lésbicas, gays e transgêneros os expulsem de seus lares, marginalizando- os do convívio familiar. O Deus de lá é o Deus que consente com a morte violenta de um homossexual a cada dois dias em território brasileiro. O Deus de lá é aquele que aplaude a morte de lésbicas, gays e transgêneros. O Deus de lá tem as mãos manchadas de sangue em toda sua história, assassino de negros, índios, ciganos, e nós lésbicas, gays e transgêneros, entre tantas outras minorias.
Igreja Inclusiva e Igreja Evangélica nada têm a ver. A Igreja Evangélica é a perpetuação dos valores de morte, da ignorância e do desamor. Niilista, como diria Nietzchie, nega a realidade da vida, em troca de uma realidade ilusória, num mundo fantástico, onde não há famílias homossexuais dentro de sua realidade, onde não há lésbicas, gays e transgêneros em seu círculo.
Igreja Evangélica é a perpetuação da mentira, da hipocrisia. Perpetuação do Mal, sim com “M” maiúsculo.
Cada vez que a alma de um excluído tomba no chão, vítima da falta de amor e do preconceito, incentivados descaradamente pela Igreja Evangélica, eu lamento pelo mostro que ela se tornou. Pagã, idólatra, mesquinha e egoísta, não pode ser a Igreja que Jesus profetizou que teria amor entre os que a formavam; não, não é.
Vendida para a política e pelos políticos, estabelecida nos círculos de poder deste mundo, de forma alguma pode ser o amável rebanho de Cristo, mas sim a Grande Meretriz apocalíptica, que bebe do sangue dos santos de Jesus, e da exploração deles sobrevive.
Mantenedora de morte e não de vida, da mentira e não da verdade, da ignorância e não da ciência, ela cresce nesse país.
Para quê rede hospitalar adequada e preparada para atender a todos? Não precisa, é só colocar a mão sobre o seu caroço que o missionário vai orar! Para que estudar, se preparar, fazer vestibular? Não, não precisa, o apóstolo vai orar e você vai ficar setenta dias em jejum, ao fim dos quais, se tornará milionário. Para que a vida, se na morte vai ser tudo melhor? ... Não há necessidade de se melhorar as condições de vida das crianças na Baixada Fluminense ou no Nordeste, essa vida não presta!
E assim, negando a vida, pregando a morte, casando-se com os poderes de morte deste mundo, deste país, instalados nos círculos de poder, ela cresce. Mancomunada com Brasília ela cresce!
Igreja, será que Jesus te encontrará quando da sua vinda?
O mais terrível disso tudo é o que algumas igrejas ditas inclusivas empreenderam, copiando em tudo o modelo evangélico. É uma afronta chamar a tais de “inclusivas”, é uma piada das de péssimo humor.
Igreja Inclusiva não repete o modelo de morte da Igreja Evangélica, Igreja Inclusiva não exclui, não fere, não multiplica o modelo do status quo da Igreja Evangélica vendida. Igreja Inclusiva não obra o mal, pois está atenta para a pregação da libertação dos círculos de morte e preconceito. Igreja Inclusiva não pode ter projeto de heteronormatização dos que a formam e não pode rezar na cartilha dos adoradores da Bíblia. Não, isso não é Igreja Inclusiva, mas uma cópia muito mal feita da mesma.
O modelo de Igreja Evangélica, seja ele qual for, não serve para nós. Esse modelo, como sempre digo, só serve para alimentar o fogo e o refugo, lugar onde os mantenedores da mesma, e da morte e da opressão geradas por ela, passarão a eternidade, pagando pelas suas atrocidades e pelo sangue derramado das vítimas inocentes, o sangue dos santos mártires, lésbicas, gays e transgêneros, que pertencem a Jesus.
Não queremos vulgarizar o nome de Deus, mostrando afetividade nos sagrados templos. Não queremos escandalizar a palavra do altissimo Deus, apenas queremos que nos reconheçam como seres humanos que somos, capazes de amar,RESPEITAR, e SER RESPEITADOS.
E não somos a favor da pedofilia como se diz por aí, muito pelo contrario, somos a favor da justiça.
esta nossa situação para que vive no século XXI é inaceitável!